O Naturalismo
O século XIX, com as profundas transformações materiais, sociais e políticas ocorridas em seu transcurso, foi o grande cadinho no qual, em todos os campos do conhecimento, das artes e das técnicas, as ideias entraram em efervescência e, num choque dos mais fecundos, abriram caminho para os modos de ser e de fazer no que veio a se tornar a modernidade. Nesse contexto, duas vertentes adquiriram particular significado no processo cultural do Ocidente: o romantismo e o naturalismo. Este último alimentado com base na crença da infinitude do progresso humano, pelo extraordinário desenvolvimento econômico, industrial e científico a consubstanciar-se nas propostas das várias versões do positivismo e do pragmatismo, geradas no seio da corrente realista que sempre permeou a criação artística e literária, com variações que vão de um objetivismo radical à tentativa de objetivar a subjetividade. Assim, era natural que o naturalismo fosse colher na biologia, na medicina, na psicologia, na sociologia e nas outras ciências alguns de seus conceitos fundamentais que, grosso modo, enquadraram, sem que se possa falar em determinação, suas produções. Todavia, levando a extremos seus ideologemas demarcadores, ele se expôs à dura crítica de seus opositores que, em média, acusaram-no de desconsiderar os mais altos e nobres valores estéticos e morais da sociedade. Não obstante, seu impiedoso bisturi crítico e suas escandalosas criações, na mimese de arte, exerceram enorme influência não apenas na França de origem, já que, transpondo fronteiras e oceanos, a visão de mundo e o modus faciendi naturalistas espalharam-se pela Europa e pelos quatro cantos do globo. Um dos principais motores/mentores dessa expansão foi, sem dúvida, Émile Zola, o escritor que com mais rigor e militância incorporou e expressou esse ideário em sua vasta obra romanesca, ensaística e dramatúrgica, cujo impacto falou pela pena e pela escritura de inúmeros autores em diferentes culturas, línguas e países.
1125997075
O Naturalismo
O século XIX, com as profundas transformações materiais, sociais e políticas ocorridas em seu transcurso, foi o grande cadinho no qual, em todos os campos do conhecimento, das artes e das técnicas, as ideias entraram em efervescência e, num choque dos mais fecundos, abriram caminho para os modos de ser e de fazer no que veio a se tornar a modernidade. Nesse contexto, duas vertentes adquiriram particular significado no processo cultural do Ocidente: o romantismo e o naturalismo. Este último alimentado com base na crença da infinitude do progresso humano, pelo extraordinário desenvolvimento econômico, industrial e científico a consubstanciar-se nas propostas das várias versões do positivismo e do pragmatismo, geradas no seio da corrente realista que sempre permeou a criação artística e literária, com variações que vão de um objetivismo radical à tentativa de objetivar a subjetividade. Assim, era natural que o naturalismo fosse colher na biologia, na medicina, na psicologia, na sociologia e nas outras ciências alguns de seus conceitos fundamentais que, grosso modo, enquadraram, sem que se possa falar em determinação, suas produções. Todavia, levando a extremos seus ideologemas demarcadores, ele se expôs à dura crítica de seus opositores que, em média, acusaram-no de desconsiderar os mais altos e nobres valores estéticos e morais da sociedade. Não obstante, seu impiedoso bisturi crítico e suas escandalosas criações, na mimese de arte, exerceram enorme influência não apenas na França de origem, já que, transpondo fronteiras e oceanos, a visão de mundo e o modus faciendi naturalistas espalharam-se pela Europa e pelos quatro cantos do globo. Um dos principais motores/mentores dessa expansão foi, sem dúvida, Émile Zola, o escritor que com mais rigor e militância incorporou e expressou esse ideário em sua vasta obra romanesca, ensaística e dramatúrgica, cujo impacto falou pela pena e pela escritura de inúmeros autores em diferentes culturas, línguas e países.
19.99 In Stock
O Naturalismo

O Naturalismo

O Naturalismo

O Naturalismo

eBook

$19.99 

Available on Compatible NOOK devices, the free NOOK App and in My Digital Library.
WANT A NOOK?  Explore Now

Related collections and offers

LEND ME® See Details

Overview

O século XIX, com as profundas transformações materiais, sociais e políticas ocorridas em seu transcurso, foi o grande cadinho no qual, em todos os campos do conhecimento, das artes e das técnicas, as ideias entraram em efervescência e, num choque dos mais fecundos, abriram caminho para os modos de ser e de fazer no que veio a se tornar a modernidade. Nesse contexto, duas vertentes adquiriram particular significado no processo cultural do Ocidente: o romantismo e o naturalismo. Este último alimentado com base na crença da infinitude do progresso humano, pelo extraordinário desenvolvimento econômico, industrial e científico a consubstanciar-se nas propostas das várias versões do positivismo e do pragmatismo, geradas no seio da corrente realista que sempre permeou a criação artística e literária, com variações que vão de um objetivismo radical à tentativa de objetivar a subjetividade. Assim, era natural que o naturalismo fosse colher na biologia, na medicina, na psicologia, na sociologia e nas outras ciências alguns de seus conceitos fundamentais que, grosso modo, enquadraram, sem que se possa falar em determinação, suas produções. Todavia, levando a extremos seus ideologemas demarcadores, ele se expôs à dura crítica de seus opositores que, em média, acusaram-no de desconsiderar os mais altos e nobres valores estéticos e morais da sociedade. Não obstante, seu impiedoso bisturi crítico e suas escandalosas criações, na mimese de arte, exerceram enorme influência não apenas na França de origem, já que, transpondo fronteiras e oceanos, a visão de mundo e o modus faciendi naturalistas espalharam-se pela Europa e pelos quatro cantos do globo. Um dos principais motores/mentores dessa expansão foi, sem dúvida, Émile Zola, o escritor que com mais rigor e militância incorporou e expressou esse ideário em sua vasta obra romanesca, ensaística e dramatúrgica, cujo impacto falou pela pena e pela escritura de inúmeros autores em diferentes culturas, línguas e países.

Product Details

ISBN-13: 9788527310949
Publisher: Editora Perspectiva S/A
Publication date: 01/23/2017
Series: Stylus , #14
Sold by: Bookwire
Format: eBook
Pages: 680
File size: 9 MB
Age Range: 12 Years
Language: Portuguese

About the Author

J. Guinsburg é professor de Estética Teatral e Teoria do Teatro da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e editor. Autor, entre outros, de Stanislávski e o Teatro de Arte de Moscou; Leoni de' Sommi: Um Judeu no Teatro da Renascença Italiana; Aventuras de uma Língua Errante; Stanislávski, Meierhold e Cia.; Da Cena em Cena. Tradutor de Diderot, Lessing, Nietzsche, Spinoza e Platão. João Roberto Faria é professor titular de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo e pesquisador do CNPq. Coordenador da coleção Dramaturgos do Brasil (Martins Fontes), para a qual preparou os volumes Teatro de Álvares de Azevedo (2002), Teatro de Aluísio Azevedo e Emílio Rouède (2002), entre outros. É autor de O Teatro Realista no Brasil: 1855-1865 (Perspectiva/Edusp, 1993) e Idéias Teatrais: o Século XIX no Brasil (Perspectiva/Fapesp, 2001, Prêmio APCA).

Table of Contents

Nota de edição J. Guinsburg e J.R. Faria PRIMEIRA PARTE O Espírito do Tempo 1. Quadro Histórico do Período Naturalista - Luiz Nazario 2. Os Fundamentos Filosóficos e Científicos do Naturalismo - Newton Cunha 3. Para uma Epistemologia do Naturalismo - Leda Tenório da Motta 4. Naturalismo e Vida Social: a Cidade, o Comércio, a Moda e o Consumo - Ana Claudia de Oliveira SEGUNDA PARTE O Naturalismo na Literatura O Naturalismo na França 1. A Obra Literária dos Irmãos Goncourt - Gloria Carneiro do Amaral 2. As Ideias Literárias de Émile Zola - Célia Berrettini 3. O Romance Naturalista de Émile Zola - Célia Berrettini A Expansão do Naturalismo 4. Eça de Queirós e o Naturalismo Português - António Apolinário Lourenço 5. O Naturalismo na Espanha - María de la Concepción Piñero Valverde 6. Verga e o Verismo Italiano - Mariarosaria Fabris 7. A Narrativa Naturalista na Alemanha - Helmut Galle 8. O Romance Naturalista na Inglaterra - Sandra Guardini Vasconcelos 9. O Naturalismo Literário na Rússia - Anastassia Bytsenko 10. O Naturalismo nos Estados Unidos - Marcos Soares 11. A Narrativa Naturalista na América Espanhola - Naomi Lindstrom O Naturalismo no Brasil 12. A Recepção Crítica: Machado de Assis e o Naturalismo - Gilberto Pinheiro Passos 13. A Obra de Aluísio Azevedo - Orna Messer Levin 14. Julio Ribeiro, Adolfo Caminha e Inglês de Sousa - Leonardo Mendes e Sergio da Fonseca Amaral 15. Naturalismo e Regionalismo - Luiz Gonzaga Marchesan 16. Sexualidade e Erotismo no Romance Naturalista - Marcelo Bulhões 17. Raul Pompeia e o Naturalismo - Ivan Teixeira 18. Euclides da Cunha: Um Naturalista Para Além do Naturalismo - J. Guinsburg, João Roberto Faria e Luiz Henrique Soares 19. A Crítica e o Naturalismo: Araripe, Romero e Veríssimo - Antonio Dimas TERCEIRA PARTE O Naturalismo no Teatro 1. A Dramaturgia Naturalista - João Roberto Faria 2. A Cena Naturalista - Walter Lima Torres 3. Stanislávski e o Naturalismo - Walter Lima Torres QUARTA PARTE O Naturalismo e Outras Artes 1. O Naturalismo no Cinema - Luiz Nazario 2. O Naturalismo nas Artes Plásticas - Annateresa Fabris 3. O Naturalismo na Arquitetura: Uma Abordagem Historiográfica - Anat Falbel 4. O Naturalismo na Música - Ibaney Chasin 5. O Naturalismo na Dança - Soraia Maria Silva Cronologia do Naturalismo Colaboraram Neste Volume
From the B&N Reads Blog

Customer Reviews