Raul Germano Brandão nasceu na Foz do Douro, localidade da cidade do Porto, filho e neto de pescadores. Seguiu carreira militar, embora tenha se mantido restrito às atividades burocráticas do Exército, o que permitiu que se dedicasse paralelamente ao jornalismo, nas funções de repórter e cronista. Quando se aposentou, aos 45 anos, tornando-se exclusivamente escritor, morava em uma quinta nos arredores da cidade de Guimarães. Até os 63 anos, quando morreu em Lisboa, produziu intensamente como memorialista, romancista, autor de ficção histórica, ensaísta e dramaturgo.
Por sua instigante permanência, Brandão mereceu reconhecimento de boa parte dos grandes autores portugueses que vieram depois. José Saramago, Almeida Faria, José Cardoso Pires e Herberto Helder, assim como a angolana Djaimila Pereira de Almeida, reverenciam sua influência. Helder, no centenário de Brandão (1967), preparou um livro inteiro que é um poema também chamado Húmus. A atualidade do autor foi atestada ainda pelo último longa-metragem de Manoel de Oliveira (2012), adaptação da peça teatral O gebo e a sombra.