A revolução cultural nazista
Para os nazistas, a "cultura" originalmente era a simples tradução da natureza: o sangue e a terra deveriam ser reverenciados e os seres humanos precisariam lutar, como todos os outros animais, para defender a própria sobrevivência e a sobrevivência de sua horda. Influenciados por antigas tradições pagãs do norte da Europa e mirando a volta a uma origem idílica em que seus antepassados supostamente viviam, os nazistas eram assombrados pelo temor do desaparecimento cultural e biológico. Segundo os nazistas, a distorção teria começado no momento em que os semitas se estabeleceram na Grécia e em Roma e se aprofundado com a expansão do judaísmo-cristianismo no Ocidente. A Revolução Francesa, com suas construções ideológicas humanistas como igualdade, compaixão, abstração da lei etc. — ideias estranhas ao mundo da natureza —, teria completado o retrocesso. Para salvar a raça nórdico-germânica, seria necessário realizar uma completa "revolução cultural", redescobrir o modo de ser dos antigos e fazer coincidir novamente cultura e natureza. Um trabalho de larga escala para reescrever a história, o direito e a moral em que foram envolvidos historiadores, biólogos, filósofos, juristas, médicos e muitos outros especialistas; um grande empreendimento ideológico em que passado e objetivos políticos presentes convergiam. Ao explorar pontos como a leitura do estoicismo e de Platão no Terceiro Reich, o uso de Kant e de seu imperativo categórico ou a recepção do direito romano na Alemanha, Johann Chapoutot demonstra como se operou essa reescrita da história do Ocidente. Foi a partir dessas tentativas de alterar o modo de pensar dos alemães que os nazistas passaram a acreditar que tinham o poder de atuar livremente para alcançar seus objetivos. Graças à reescrita da lei e da moral, tornou-se legal, moral e natural oprimir e matar. Tratava-se agora de um direito dado pela superioridade do homem alemão. Com este livro, Chapoutot apresenta um estudo profundo sobre as ideias necessárias para uma transformação tão radical a ponto de naturalizar o extermínio de milhões de pessoas; ideias que pavimentaram os crimes nazistas e que, ainda hoje, servem a projetos de revolução conservadora e reacionária.
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A revolução cultural nazista
Para os nazistas, a "cultura" originalmente era a simples tradução da natureza: o sangue e a terra deveriam ser reverenciados e os seres humanos precisariam lutar, como todos os outros animais, para defender a própria sobrevivência e a sobrevivência de sua horda. Influenciados por antigas tradições pagãs do norte da Europa e mirando a volta a uma origem idílica em que seus antepassados supostamente viviam, os nazistas eram assombrados pelo temor do desaparecimento cultural e biológico. Segundo os nazistas, a distorção teria começado no momento em que os semitas se estabeleceram na Grécia e em Roma e se aprofundado com a expansão do judaísmo-cristianismo no Ocidente. A Revolução Francesa, com suas construções ideológicas humanistas como igualdade, compaixão, abstração da lei etc. — ideias estranhas ao mundo da natureza —, teria completado o retrocesso. Para salvar a raça nórdico-germânica, seria necessário realizar uma completa "revolução cultural", redescobrir o modo de ser dos antigos e fazer coincidir novamente cultura e natureza. Um trabalho de larga escala para reescrever a história, o direito e a moral em que foram envolvidos historiadores, biólogos, filósofos, juristas, médicos e muitos outros especialistas; um grande empreendimento ideológico em que passado e objetivos políticos presentes convergiam. Ao explorar pontos como a leitura do estoicismo e de Platão no Terceiro Reich, o uso de Kant e de seu imperativo categórico ou a recepção do direito romano na Alemanha, Johann Chapoutot demonstra como se operou essa reescrita da história do Ocidente. Foi a partir dessas tentativas de alterar o modo de pensar dos alemães que os nazistas passaram a acreditar que tinham o poder de atuar livremente para alcançar seus objetivos. Graças à reescrita da lei e da moral, tornou-se legal, moral e natural oprimir e matar. Tratava-se agora de um direito dado pela superioridade do homem alemão. Com este livro, Chapoutot apresenta um estudo profundo sobre as ideias necessárias para uma transformação tão radical a ponto de naturalizar o extermínio de milhões de pessoas; ideias que pavimentaram os crimes nazistas e que, ainda hoje, servem a projetos de revolução conservadora e reacionária.
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Para os nazistas, a "cultura" originalmente era a simples tradução da natureza: o sangue e a terra deveriam ser reverenciados e os seres humanos precisariam lutar, como todos os outros animais, para defender a própria sobrevivência e a sobrevivência de sua horda. Influenciados por antigas tradições pagãs do norte da Europa e mirando a volta a uma origem idílica em que seus antepassados supostamente viviam, os nazistas eram assombrados pelo temor do desaparecimento cultural e biológico. Segundo os nazistas, a distorção teria começado no momento em que os semitas se estabeleceram na Grécia e em Roma e se aprofundado com a expansão do judaísmo-cristianismo no Ocidente. A Revolução Francesa, com suas construções ideológicas humanistas como igualdade, compaixão, abstração da lei etc. — ideias estranhas ao mundo da natureza —, teria completado o retrocesso. Para salvar a raça nórdico-germânica, seria necessário realizar uma completa "revolução cultural", redescobrir o modo de ser dos antigos e fazer coincidir novamente cultura e natureza. Um trabalho de larga escala para reescrever a história, o direito e a moral em que foram envolvidos historiadores, biólogos, filósofos, juristas, médicos e muitos outros especialistas; um grande empreendimento ideológico em que passado e objetivos políticos presentes convergiam. Ao explorar pontos como a leitura do estoicismo e de Platão no Terceiro Reich, o uso de Kant e de seu imperativo categórico ou a recepção do direito romano na Alemanha, Johann Chapoutot demonstra como se operou essa reescrita da história do Ocidente. Foi a partir dessas tentativas de alterar o modo de pensar dos alemães que os nazistas passaram a acreditar que tinham o poder de atuar livremente para alcançar seus objetivos. Graças à reescrita da lei e da moral, tornou-se legal, moral e natural oprimir e matar. Tratava-se agora de um direito dado pela superioridade do homem alemão. Com este livro, Chapoutot apresenta um estudo profundo sobre as ideias necessárias para uma transformação tão radical a ponto de naturalizar o extermínio de milhões de pessoas; ideias que pavimentaram os crimes nazistas e que, ainda hoje, servem a projetos de revolução conservadora e reacionária.

Product Details

ISBN-13: 9786599597688
Publisher: Da Vinci Livros
Publication date: 12/07/2022
Sold by: Bookwire
Format: eBook
Pages: 264
File size: 3 MB
Language: Portuguese

About the Author

Johann Chapoutot é professor de história contemporânea na Universidade de Sorbonne e especialista em Alemanha nazista. Suas obras foram traduzidas para treze idiomas e premiadas na França e no exterior, incluindo os prêmios da Academia Francesa, Cherasco Storia, da Itália, e Yad Vashem International Book Prize for Holocaust Research. Depois de estudar a noção de tempo entre os nazistas (Le National-socialisme et l'Antiquité, 2008, PUF), Chapoutot explorou a cultura normativa nazista (La Loi du sang. Penser et agir en nazi, 2014, Gallimard; La Révolution culturelle nazie, 2017, Gallimard), antes de questionar o papel do nazismo na sociedade ocidental contemporânea (Libres d'obéir. Le Management, du nazisme à aujourd'hui, 2020, Gallimard). Publicou também obras que oferecem uma reflexão geral sobre a história contemporânea (Le Grand Récit, 2021, PUF) e sobre a história da escrita (Les 100 mots de l'Histoire, 2021, PUF). Nomeado professor da Universidade de Sorbonne aos 35 anos, Chapoutot é um dos professores mais jovens a ser recrutado nesta universidade de quase mil anos.

Table of Contents

INTRODUÇÃO Parte I ALIENAÇÃO, ACULTURAÇÃO, PERDIÇÃO 1. A desnaturação do pensamento nórdico: do racismo platônico ao universalismo estoico 2. A desnaturação do direito nórdico: direito germânico e recepção do direito "romano" 3. "Apagar 1789 da história alemã" Parte II VOLTA ÀS ORIGENS 4. Lei dos antigos, lei da raça: na escola da Antiguidade Filhos para o Reich Combater o inimigo racial O reinado da raça 5. Na escola de Kant? Kant, filósofo "nórdico" Parte III A REFUNDAÇÃO NORMATIVA: UMA NOVA MORAL, UM NOVO DIREITO 6. O "povo", princípio e fim do direito De onde vem o direito? O "bom senso popular" como nova fonte do direito "O direito é aquilo que serve ao povo" 7. A ordem internacional: o "combate" contra o Tratado de Versalhes Desmantelar a Alemanha "Traição" e "pistola na têmpora" Estática do direito e dinâmica da vida O direito do povo alemão à vida 8. A ordem sexual: reprodução, monogamia e poligamia no III Reich Uma extinção biológica do povo alemão? Filho natural, filho da natureza Pela dissolução da união estéril Abolir a monogamia? Parte IV NO OLHO DO NAZISMO 9. "Pela liberdade do meu sangue e da minha raça": o caso Eichmann revisitado 10. A terra e a guerra: conquista do "espaço vital" e colonização 11. "Contaminação" e extermínio O Leste, terra contaminada Isolar o judeu, fator patogênico Behandlung, "o tratamento da questão judaica" Da profilaxia à cura: desinfecção e erradicação CONCLUSÃO
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